Carta de apoio as candidaturas do Conselho Nacional de Proteção de Dados (CNPD)

Brasília, 03 de julho de 2023

Ao

Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, 

A Coalizão Direitos na Rede (CDR), fundada em 2016, é uma rede com mais de 50 entidades da sociedade civil, ativistas e pesquisadores e que tem por princípio a defesa dos direitos digitais – entre eles, a garantia de uma internet com acesso universal e significativo, respeito à neutralidade da rede, liberdade de informação e de expressão, segurança e respeito à privacidade e aos dados pessoais, assim como o estabelecimento e preservação de mecanismos democráticos e multiparticipativos de governança, incluindo a formulação de políticas públicas.

A Coalizão Direitos na Rede, especialmente pelo GT-LGPD, advoga pelo direito à proteção de dados pessoais dos cidadãos e cidadãs a fim de garantir o livre desenvolvimento da personalidade e dignidade da pessoa natural. Fomos uma das entidades da sociedade civil mais atuantes no processo de construção e aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, debatida desde 2010 como anteprojeto de lei e finalmente sancionada em 2018. E, também, para a promulgação da Emenda Constitucional  No 115/2022, que inscreveu a proteção de dados como um direito fundamental autônomo ao lado da privacidade.A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) encontra-se atualmente em processo de seleção de representantes da sociedade civil para a segunda composição do Conselho Nacional de Proteção de Dados (CNPD), por meio da publicação dos editais 02, 03, 04, 05 e 06.  Diante de tal fato, por meio da presente

carta, a CDR manifesta apoio à 04 (quatro) candidaturas que serão abaixo detalhadas. 

Por fim, a CDR apoia a recondução de Bruno Bioni, diretor da Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa (DPBR). O DPBR é um espaço de intersecção entre uma Escola e uma ONG com pesquisas e iniciativas voltadas tendo como foco central a temática de proteção de dados pessoais. A organização também participou de todas as consultas públicas abertas pela ANPD desde o início dos seus trabalhos, contribuindo de maneira ativa para o debate público sobre proteção de dados pessoais no Brasil. Considerando que o balanço do seu primeiro mandato foi extremamente positivo, a CDR entende que a recondução do mandato de Bruno seria uma grande oportunidade de dar prosseguimento ao ciclo de trabalho iniciado na última composição do CNPD. 

De igual maneira, a CDR também apoia a candidatura de Cynthia Picolo, diretora executiva do LAPIN, o Laboratório de Políticas Públicas e Internet. A organização vem reforçando a sua atuação em temas atrelados à agenda regulatória da ANPD, pesquisas voltadas para Inteligência Artificial, dados biométricos e vigilância biométrica. Além disso, o LAPIN também participou de reuniões fechadas e diversas consultas públicas abertas pela ANPD desde o início dos seus trabalhos. Por fim, é importante destacar que o Laboratório entende como importante a construção de pontes entre as esferas de políticas públicas e regulação e sociedade civil, conforme sua participação no Comitê Central de Governança de Dados (CCGD) do Governo Federal.

A CDR apoia a candidatura de Isabella Henriques, diretora do Instituto Alana, uma organização criada há 27 anos que possui como missão central “honrar a criança”. Uma das suas diretrizes estratégicas atuais é focar na proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital, sendo um dos eixos a proteção dos seus dados pessoais. Considerando as especificidades da pauta de infância e a importância de uma discussão com o aprofundamento necessário que o tema requer, o qual

inclusive está presente na agenda regulatória da ANPD para o próximo biênio, a CDR entende a relevância da sua candidatura.

A CDR apoia a candidatura da Raquel Lima Saraiva, diretora fundadora do IP. rec, Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife, que desde 2017 realiza pesquisas aliados à proteção de dados pessoais, um tema transversal que perpassa por todos os projetos da organização, além de estar ativamente atuando também  com o tema de Inteligência Artificial. A CDR também reforça a importância atrelada à diversidade regional que a candidatura carrega por ser uma organização do Nordeste (Recife/PE), além do fato de Raquel já ter chegado até a fase da lista tríplice na seleção anterior para o CNPD. 

A Coalizão de Direitos na Rede aproveita a oportunidade para ressaltar a importância de um Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e Privacidade que seja transparente em sua atuação e que promova a construção de um canal de diálogo aberto com a sociedade civil no processo regulatório, de forma que as pautas sejam debatidas a partir de um debate público qualificado e inclusivo.

Atenciosamente, 

Coalizão Direitos na Rede 

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