“Nós exploramos o Facebook para colher milhões de perfis de pessoas. E construímos modelos para explorar o que sabíamos sobre eles e direcionar propaganda para seus demônios interiores. Essa foi a base em que toda a empresa foi construída” disse Christopher Wylie, ex-funcionário da empresa que revelou o maior esquema de abuso de #dadospessoais com fins eleitorais ao The Guardian neste final de semana.
A Cambridge Analytica, empresa de análise de dados que trabalhou com a equipe eleitoral de Donald Trump e a campanha vencedora da Brexit, colheram mais de 50 MILHÕES de perfis de usuários do Facebook, em uma das mais importantes violações de dados do gigante de tecnologia.
Os dados foram extraídos por meio de um aplicativo chamado “this is yourdigitallife”, no qual usuários pagos fizeram um teste de personalidade e concordaram em ter seus dados coletados para uso acadêmico. No entanto, o aplicativo também coletou a informação dos amigos do Facebook dos que fizeram o teste, levando ao acúmulo do conjunto de dados de dezenas de milhões de pessoas.
O Facebook sabia, desde o final de 2015, que as informações foram coletadas em uma escala sem precedentes e não realizaram NENHUMA medida para alertar ou proteger seus usuários.
Enquanto a polêmica não sai das manchetes no exterior, e a conexão de que a manipulação da opinião pública pela coleta e tratamento indevido de dados pessoais é real, a elite política se movimenta para aplicar as mesmas técnicas aqui no Brasil [1]. Esse episódio escancara como necessitamos com urgência de uma lei de proteção de dados[2] que garanta a transparência dos procedimentos das gigantes da tecnologia.
Sua identidade está diretamente conectada a sua escolha política.
[2] https://direitosnarede.org.br/c/seus-dados-sao-vc/
Saiba mais:
O uso ilegal de dados do Facebook pela Cambridge Analytica. E o que há de novo — Nexo Jornal
Vazamento de dados do Facebook causa tempestade política mundial — El País