Com o intuito de abrir um espaço para a imaginação e experimentação coletiva relacionadas às possibilidades emancipatórias da tecnologia, o GT da CDR lançou nesse último final de semana, 8 e 9 de dezembro, o Laboratório de Experimentações Tecnopolíticas: BIFURCAR: TECNOPOLÍTICAS DE RETOMADA. A iniciativa foi uma realização da Coalizão Direitos na Rede, Lavits, Coletivo Intervozes e Creative Commons BR.
Para Alana Moraes, antropóloga, feminista e pesquisadora da Lavits, o encontro foi um espaço rico para a troca de experiências entre ativistas que também são pesquisadoras/es, em um esforço conjunto de elaborar estratégias de fortalecimento e transformação dentro e fora da internet.
“O encontro foi o pontapé inicial do laboratório, um espaço para voltarmos a imaginar juntes com os saberes das lutas e encontros entre experiências, horizontes tecnopolíticos implicados em um projeto de transformação anticolonial para além das distopias de controle e captura das bigtechs. Não só pensar, mas também experimentar, cultivar alianças e cumplicidades, investigarmos juntos o que pode ainda sustentar nossas autonomias, dissidências e criações coletivas”, afirmou.
O lançamento do laboratório ocorreu no primeiro dia do evento, sendo aberto ao público e com uma ampla discussão coletiva sobre os 30 anos de Internet. Para contribuir com o diálogo, foram divulgadas duas produções: A Extinção da Internet (Geert Lovink) e Um Manifesto Hacker (McKenzie Wark).
O segundo dia de atividades foi um momento imersivo para as/os participantes, que profundaram as discussões em torno do tema “Internet de extinção?”, dividido entre os eixos: 1) (des)governar a internet: centralização, descentralização, ovelhas elétricas e outras distopias (com os ativadores: Silvio Rhatto; Rodolfo Avelino), 2) Regimes de conhecimento, cultura livre e novos extrativismos digitais (com os ativadores: Sarita Albagli e Thiago Novaes); 3) Uma internet ainda insurgente? ativismos, radicalização distribuída, máquinas de contra-captura (ativadoras: Elisa Ximenes e Lívia Ascava).
O lançamento do laboratório contou com a contribuição de coletivos diversos: Coletivo de Geração Cidadã de Dados da Baixada Fluminense, Cryptorave, a Casa dos Meninos, MariaLab, Núcleo de Tecnologia do MTST, DataLabe, Rede Transfeminista de Cuidados Digitais, Aqualtune Lab, Artigo19 Brasil, Coletivo Digital, Idec, Coolab, Escola Comunitária – Integração Escola e Comunidade, HackLab, Instituto de Referência em Internet e Sociedade (IRIS-BH), InternetLab, entre outros.