Privacidade virou luxo?

Em fala no seminário de proteção de dados pessoais, representante do governo afirma que a grande riqueza de pessoas pobres seriam seus dados pessoais. Ou seja, o que o pobre teria de mais valioso a dar seria entregar sua privacidade para que assim possa ter acesso a serviços “gratuitos” como Facebook e Google.

Abre Aspas: “A gente tem cuidado nessa regulação. Regulação excessiva é exportação de oportunidades. Toda vez que você regula muito excessivamente essa oportunidade vai surgir em outro lugar. Dado tem um potencial pra ser o grande ativo econômico das pessoas mais pobres.”

Lembrando que essas plataformas coletam e utilizam dados de seus usuários para melhorar e vender produtos como, por exemplo, publicidade direcionada para um determinado público. No final das contas, você é o real produto da plataforma.

Sugerir que dados sejam o grande ativo econômico de pobres é transformar a privacidade em mercadoria de luxo.

A declaração por si só já é preocupante, porém se torna mais grave uma vez que o governo acelerou a votação de um substitutivo do PLS 330, que já trazia uma regulação insuficiente e será apresentado sem passar pelas comissões que poderiam avaliar e melhorar o projeto em questão.

A Coalizão Direitos na Rede luta por uma lei geral de proteção de dados justa e transparente, na qual seja respeitada a intimidade de seus cidadãos, garantindo assim um pilar para liberdade de expressão, ação e pensamento.

Saiba mais sobre a campanha #SeusDadosSãoVocê, que luta por uma lei geral de dados justa e garanta autonomia na privacidade de todas e todos: <www.direitosnarede.org.br/c/seus-dados-sao-vc/>

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